Algumas pessoas colecionam finais de campeonatos de futebol.
Pouco me importa o futebol. Mas tenho colecionado finais.
Entre idas e vindas, são muitos
finais de ciclos,
finais de relacionamentos,
finais de experiências.
Vejo nas ruas inúmeros outros, sem fim
um final da infância como um dia foi
o final de um filme nunca mais visto
uma lembrança já esquecida.
Vejo asas que não batem mais, como passos lentos prestes a cessar a caminhada.
O resto de um dominó, a peça que faltou no quebra-cabeça.
Taças quebradas em ira, folhas arrancadas ao vento,
um ninho que não mais é casa.
Então, orvalho.
Olho, paro.
Há o orvalho.
Há o verde mudando em breve
ao bege.
Há cimento para todo lado e um traço de flor.
Mais uma flor rompeu o asfalto não só de Drummond, mas de muitos outros poetas do silêncio que veem nos finais apenas o começo.
Também acabou o Carnaval. Dizem: o ano brasileiro começará
em-
fim.
Mas vale lembrar:
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Até a próxima,
Cleu
Sempre tem vida lá fora! Esses dias vi uma estudiosa de filosofia dizer que a morte deveria ser um convite a vida! Que são os fins se não pequenas mortes, né?!